A vez que levaram um homem para o meu quarto – Por Renata Kauling

Pela primeira vez, em quase 35 anos, eu faria minha primeira viagem internacional. Eu, minha amiga e uma amiga da minha amiga decidimos ir de carro para Punta Del Este. Que aventura! E foi mesmo.

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(Llegamos a Uruguay!)

Saímos de Balneário Camboriú e seguimos noite adentro dirigindo e nos revezando por todo o Rio Grande do Sul e Uruguai, tamanha empolgação. Em Punta Del Este, nos instalamos em um hotel pequeno, simples, mas bem legal. Não tinha estacionamento, mas conseguimos deixar o carro bem na frente todos os dias. O café da manhã era bem simples, mas o suficiente pra dar aquele ânimo pra começar os passeios pelas ruas de Punta. Nosso quarto era triplo, com três camas de solteiro, um banheiro e um frigobar.

O que chama muita atenção lá é que as ‘baladas’ começam por volta das 2h e seguem até o amanhecer. Quase em frente ao porto tem vários bares/boates. Havíamos ganhado pulseiras para o Soho – o bar é lindo, mas estava vazio. Fui dar uma espiadinha no bar ao lado e um Led Zeppelin muito bem tocado encheu os meus ouvidos e o meu coração! Me senti em casa. Estava decidido, ali seria o bar que eu me divertiria todas as noites que estivesse em Punta. Moby Dick Pub. Se você curte rock and roll, entre os bares localizados na Rambla do porto, esse é o lugar. Vá preparado para gastar. Até a água em Punta é caríssima, imagina a cerveja. Teve uma noite que lá pelas tantas, entrei no Mambo Club. Bem animado lá, mas preferi continuar no rock.

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(Foto super bem enquadrada do piso na entrada do Moby Dick)

Em uma dessas saídas, a minha noite e da minha amiga já tinha dado tudo o que tinha pra dar, então voltamos pro hotel. E quando estamos lá, sentadas na cama, de camisola, passando demaquilante, (bem naquela hora que você deu a primeira passada de algodão no olho e fica parecendo que você levou um soco), o terceiro elemento da nossa trupe adentra ao recinto acompanhada!

Sim, um homem, num quarto que tinha três camas de solteiro e apenas mulheres hospedadas.

Não preciso entrar em detalhes da noite. Apenas que na manhã seguinte, eu e a outra sobrevivente, fomos para a praia bem cedo pra deixar o casal mais a vontade (aham, bem essa era a nossa intenção) e na volta ainda levamos uma bronca em espanhol da proprietária do hotel. E claro que você deve estar se perguntando o porquê não falamos nada, mas é que na hora ficamos até sem reação. Ficamos de cara. Simplesmente não acreditávamos naquilo.

Enfim, ainda tínhamos alguns dias pela frente. Não valia a pena comprar a briga e estragar a viagem. Mas foi muito constrangedor (pelo menos pra mim e pra minha amiga).

Curtimos os outros dias e noites em Punta. Fui ao Moby Dick mais duas vezes, já estava amiga do cara da portaria. Mas a nossa viagem chegou ao fim.

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(Quando saíamos do Moby Dick para voltar para o hotel, nos deparávamos com essa vista)

Retornamos para Santa Catarina e a frase: “A melhor maneira de conhecer uma pessoa é viajar com ela” ficou muito clara pra mim. Apesar de eu nunca mais querer viajar com quem eu não conheço.

Para quem vai viajar com a amiga da amiga: Cuidado!

Agora, se a amiga da amiga é você: Comporte-se!


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